ALVO DA LAVA JATO – Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo neste domingo (25), trata do uso de “caixa três” nas campanhas eleitorais, uma triangulação que foi usada principalmente pela Odebrecht para escamotear o real financiador dos políticos.
O deputado federal piauiense, Heráclito Fortes, não nega o uso do dinheiro através dessa forma e diz que, também não sabe os motivos por qual a empresa preferiu repassar dessa maneira.
“Apelidado pelos executivos da Odebrecht de “Boca Mole”, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) é um dos políticos que admitem ter recebido da empreiteira doação eleitoral por meio de empresas laranjas. A prática, chamada de “caixa três”, consiste em uma triangulação do dinheiro de campanha com o objetivo de escamotear quem era o real financiador”, diz o texto da matéria assinada por Camila Mattoso e Ranier Bragon.
Segundo as investigações apontadas até o momento, o “caixa três” é uma variação do legal “caixa um” –o valor doado sem intermediários e declarado à Justiça– e do ilegal “caixa dois”, que é a movimentação de recursos de campanha por fora.
“Eu declarei, foi tudo por dentro. Não sei por qual motivo a Odebrecht não quis dar o dinheiro e passou para outras duas empresas. Acho que havia muita pressão na época e ela não queria aparecer muito”, diz Heráclito.
Só nas eleições de 2010, a Odebrecht repassou R$ 5,5 milhões para 28 candidatos. Na prestação de contas eleitorais desses políticos, a empreiteira não figurou como a real fonte dos recursos, e sim a Praiamar e a Leyroz.
As investigações apontam que essas duas empresas eram distribuidoras do grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava.
HERÁCLITO NA LAVA JATO – O deputado Heráclito Fortes é um dos políticos piauienses que são réus investigados pela Operação Lava Jato sob a acusação de ter recebido doação ilegal através do esquema da Odebrecht na Petrobras. Segundo as investigações, ele teria recebido R$ 200 mil via “caixa 2” na campanha de 2010 para o Senado Federal.
LEGAL OU ILEGAL – A matéria da Folha de São Paulo informa ainda que, para o ministro do TSE, Herman Benjamin, só existe o “caixa 1”, o resto é doação ilegal. Já para o ministro Gilmar Mendes, “é preciso analisar caso a caso, já que, a princípio, o problema é do doador”.